Em tempos de economia, penso que devamos economizar até as palavras... Eu explico:
1) Falar compulsivamente está na moda. E na multidão de palavras, estão à confusão, a ambigüidade e as contradições. Dificilmente quantidade é proporcional à qualidade. Isso também se dá com as palavras.
2) A capacidade de resumo é algo precioso. Nos tempos de hoje, ser capaz de compactar expressões e palavras é fundamental. Pois as grandes verdades não são prolixas nem extensas... São simples e objetivas. Resumir é justamente saber identificar sempre o melhor em tudo, e disponibilizar este melhor para todos. Resumir não é pra qualquer um. Exige da pessoa percepção pra saber o que é essencial. Hoje a maioria troca o essencial pelo superficial. Daí a multidão de palavras.
3) Nada mais prazeroso do que sentir nos ouvidos a prática da expressão “falou pouco, mas falou bonito". Algumas pessoas falam pouco, mas falam bem. Porque na aparente “escassez de palavras" com que se expressam, transborda a relevância de cada uma dessas palavras. É como se cada palavra tivesse passado por uma severa seleção, e uma vez aprovadas, tivessem sido ditas e opinadas através do ato de falar. De falar bonito.
4) Ser sucinto exige sensibilidade. Caso contrário pode-se passar a impressão de frieza... Vivemos na sociedade do toque, do tato, do contato, do exagero das letras... Ser sucinto foge deste padrão. Por isso, corre-se o risco de ser mal interpretado. Mas o toque, o afago e a atenção podem ser expressas através de poucas, verdadeiras e objetivas palavras. E talvez nada mais comprove o amor e a consideração envolvidos neste processo, quanto à dura seleção pela qual cada palavra expressa dessa forma teve de submeter-se para que se chegasse a um conselho ou a uma opinião dita de forma objetiva e sincera. Isso exige esforço. Isso exige boa intenção. Isso exige amor pelo próximo.
Autor: Glênio Cabral.
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1 comentários:
Bonito piá.
*Poucas e boas palavras no comentário.
hihihi...
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